terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Mundo das Drogas


A trajetória de famosos ícones do mundo das drogas já pode ser considerada um subgênero no cinema. De imediato, já surge na mente filmes como Scarface, com Al Pacino, Profissão de Risco (Blow), com Johnny Depp, filmes que mostram a ascensão e queda de figurões do tráfico. Ou exemplos como Maria Cheia de Graça, filme colombiano que mostra um outro lado dentro desse panorama extremamente cruel, mas até hoje muito rentável, que é o tráfico de drogas e Traffic, que aborda muito bem três níveis deste complexo, os cartéis, a juventude viciada e o patamar político disso tudo.

Pois, nos últimos meses, alguns filmes nos mostraram diferentes visões de uma mesma tragédia. É de se notar como cada um acerta em cheio nesse emaranhado, cada um com sua forma singular.

Primeiro, temos Frank Lucas, interpretado por Denzel Washington no filme O Gangster. Lucas foi um negro que se impôs num cenário desfavorável, partindo de motorista de seu antigo mentor, para ser o "cara"da época, incomodando os chefões do narcotráfico. Ele começou com o Harlem, até dominar todo os EUA.
Por trás de fachada "família", Frank Lucas era um homem violento e cruel, sem escrúpulos para atingir seu objetivo. Mas diferentemente de outros traficantes famosos, como o próprio Tony "Scarface" Montana e George Jung (Blow), Lucas nunca se afundou no vício. Ele era um empresário, um empreendedor do crime. Frio e calculista, sua ganância só parou em um obstáculo: um policial determinado e obstinado, que detestava a corrupção (Richie Roberts, interpretado por Russell Crowe).

Por outro lado, João Estrella, do filme brasileiro Meu Nome Não É Johnny, é um caso totalmente diferente. Embora tenha se tornado igualmente poderoso dentro da distribuição de pó, no contexto do Rio de Janeiro, Estrella (Selton Mello) é absolutamente o oposto de Frank Lucas.
João Estrella era um meninão, filho de classe média, que embarcou nessa viagem sem perceber o final. Era um cara que se negava a crescer, preferia a vida das festas e, exatamente por isso curtiu a aparente liberdade e facilidade que as drogas proporcionavam. Estrella torrava tudo o que ganhava com mais drogas e mais festas. Uma brincadeira com conseqüências sérias, que ele só compreendeu quando padeceu ao lado de verdadeiros delinqüentes. A ficha demorou a cair.

Por fim, o filme mais comentado no Brasil em 2007, Tropa de Elite.
Neste filme, discutido a exaustão, vemos como as drogas injetaram grana nos morros, possibilitando um enorme armamento. Onde crianças já se envolvem no ciclo do tráfico e aprendem cedo o caminho da violência, da miséria e da dependência química. Um ambiente onde jovens de 25 anos já são experientes chefes do crime, no final de uma carreira sem uma expectativa de vida muito grande.
Enquanto isso, a polícia é corrupta em todos os níveis e a juventude de classe média e alta financia esse ciclo vicioso, consumindo a droga vendida nos morros.
Nesse liame, o Capitão Nascimento (Wagner Moura), o comandante do BOPE. Truculento, mas eficiente. Em meio a uma guerra, vivendo à beira de um ataque de nervos. Respondendo a violência com a mesma violência. Exterminando os criminosos para extinguir o crime.

A temática das drogas para nossa sociedade tem um aspecto importantíssimo. Estamos cansados de ouvir o quanto elas são prejudiciais para o organismo, o quanto são danosas socialmente e como estamos perdendo nossos jovens, seja pelo consumo, seja pelo tráfico. Porém, cada dia novos jovens experimentam, novas crianças são corrompidas, novos policiais sucumbem à tentação do suborno. Esses filmes relatam histórias reais, fatos marcantes que precisam repercutir. São exemplos que precisam ser passados adiante, conversas que precisam acontecer nas famílias ou nas escolas. Precisam martelar na cabeça de cada pai, professor, político, policial, advogado, sociológo, qualquer profissional desse país.
E outros filmes surgirão. Mas quantos filhos nosso mundo terá que perder para esse ciclo vicioso?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Inaugurando o Blog

Olá pessoal,

O blog precisava começar de alguma maneira. Bom, eu já tentei manter outros blogs, mas senti a necessidade de voltar a fazer, restringindo um pouco o tema para pegar o ritmo. Nada melhor como o cinema, meu assunto prefirido.
Espero que seja um espaço legal para todos que chegaram até aqui de alguma forma.
Por enquanto, vou imaginar que existe alguém indeterminado lendo, ou simplesmente escrever para eu mesmo. Mas espero, em breve, poder discutir os mais variados assuntos.

Um abraço a todos.