quarta-feira, 30 de julho de 2008

Filmes do Verão

O verão americano é pródigo em filmes-evento, ou filmes-pipoca, com muitos efeitos especiais e função essencialmente de diversão. Eu, particularmente, gostei muito desse ano. Òtimos filmes. Resolvi fazer um pequeno resumo.


Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) de Christopher Nolan.

Batman Begins já era acima da média, dando um reset na saga do Batman e recriando uma atmosfera mais realista do mundo de Gotham. Pois, esta seqüência conseguiu ser ainda melhor, segurando firme a expectativa gerada em torno do filme. Christian Bale é um Batman atormentado com as conseqüências de seus atos de heroísmo, a justiça a qualquer custo. Aaron Eckhart é Harvey Dent, a esperança de um futuro melhor, alguém incorruptível que poderia garantir uma sociedade justa sem a necessidade de um Batman. Mas o destaque é mesmo o curinga de Heath Ledger. Ele é muito mais sádico e imprevisível que o curinga de Jack Nicholson. Ele é um anarquista que só se satisfaz em ver o caos, e provar que todos tem a alma corrupta.
História em quadrinhos com contornos de thiller policial, The Dark Knight é o melhor filme do verão americano e arrisco dizer que é o melhor filme de super-heróis já feito.

Homem de Ferro (Iron Man) de Jon Favreau.

Se Batman apostou no face sombria do heroísmo, Homem de Ferro apostou no cool. Confesso que não tinha muita familiariedade com este herói da Marvel, mas o filme de Jon Favreau conseguiu ser um dos mais divertidos e carismáticos da safra. Muito se deve a Robert Downey Jr., claro, que fez um personagem playboy ricaço, solitário e egoísta, mas com muito humor seco e carisma. Outro fator que faz o filme funcionar é a armadura, que é muito bem feita, um dos últimos trabalhos do Stan Winston. Os efeitos especiais estão realmente excelentes.
Aliás, o Tony Stark se aproxima de Bruce Wayne porque ambos não possuem super poderes, são apenas agentes servidos da tecnologia de ponta.
O elenco de apoio é bem escalado. Gwyneth Paltrow, Terrence Howard, Jeff Bridges. E a trilha sonora é pesada e envolvente.
Porém, apesar de ser um filme leve e cool, Homem de Ferro não foge de abordar assuntos sérios, sempre de maneira concisa e sutil, no que diz respeito a corrida armamentista, financiamento da guerra e obtenção de lucro acima dos valores éticos. Pode encomendar a seqüência. Aliás, a Marvel já pavimenta uma união de seus principais heróis fazendo crossovers, como Samuel L. Jackson como Nick Fury, em uma cena após os créditos.

O Incrível Hulk (The Incredible Hulk) de Louis Leterrier.

Acho que sou um dos poucos que gosta do Hulk do Ang Lee, mas depois de muita discussão, a Universal resolveu "zerar" a saga do Hulk. Felizmente, com bons resultados também.
Primeiramente, escolheu um dos melhores atores de Hollywood, Edward Norton, que de quebra ainda revisou o roteiro do filme. Liv Tyler no lugar de Jennifer Connely não comprometeu, ao contrário manteve o nível. No entanto, o Coronel Ross de Sam Elliot foi melhor desenvolvido que o de William Hurt. Já Tim Roth trouxe a sua boa bagagem de vilão, como sempre.
O resultado foi um filme com mais ação, mas que não abandonou os aspectos psicológicos inerentes a história do Hulk, como as cenas em que Bruce Banner tentar exercer o autocontrole. Com isso, o filme aproximou-se do tom do antigo seriado. Destaque também para as cenas na favela da Rocinha e outro crossover: Robert Downey Jr. como Tony Stark.


Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull) de Steven Spielberg.

Se tem uma trilogia de aventura que eu adoro é Indiana Jones. Tá marcado na minha infância. Logo, o novo capítulo esteve destacado entre os mais esperados. Só o trailer já me encheu de entusiasmo.
O início do filme foi perfeito. Trazendo exatamente aquela nostalgia gostosa dos filmes da década de 80. O chicote, o chapéu, a trilha do John Williams.
A chegada de Shia Leboeuf também funcionou, imitando a relação pai e filho que Harrison Ford forjou com Sean Connery em A Última Cruzada.
Porém, o tema principal do filme, não combinou com o espírito do filme. Na minha humilde opinião, alienígenas estão fora do universo concebido, mais apropriados para outros filmes de ficção científica, embora eu tenha começado a ver o filme com outros olhos após ler a resenha do Renato Silveira.
No final, a despeito da estranheza com o tema, o filme divertiu, emocionou e manteve um saldo positivo, apenas um degrau abaixo dos outros três filmes.

Hancock (Idem) de Peter Berg.

Will Smith é um dos atores de mais carisma hoje em atividade. A aposta, dessa vez, era grande, pois um filme de super herói antipatizado pela população, corria o sério risco de naufragar nas bilheterias. Ainda mais escolhendo-se um diretor sem grandes filmes no currículo. Mas Will Smith tem estrela e o filme foi bem sucedido. A idéia de uma sociedade em crise com a figura do super herói já tinha sido utilizada por Os Incríveis, mas dessa vez o "herói" Hancock cria um paralelo perfeito com nossas celebridades perdidas e desfocadas de seus talentos(Como Brtiney, Linday Lohan, ou mesmo Ronaldinho).

As Crônicas de Narnia: Príncipe Caspian (The Chronicles of Narnia: Prince Caspian) de Andrew Adamson.

Sou um grande fã dos livros Crônicas de Narnia, que eu li quando criança. Mas não me impressionei com a seqüência de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa. Pelo contrário, acho que este filme é mais um exemplar do gênero "trailer mais legal que o filme". Em primeiro lugar, as crianças protagonistas estão cada vez mais sem carisma, com a exceção da garotinha que faz a Lucy. Em segundo lugar, é irritante a tentativa dos produtores de copiar O Senhor dos Anéis. Era preferível tentar captar o espírito dos livros de C. S. Lewis. E em terceiro, a parte final do filme acaba sendo cansativa e repetitiva, com uma batalha um tanto burocrática e sonolenta.
Não que o filme seja totalmente ruim, pois ainda tem personagens fantásticos e interessantes e um vilão muito bom, mas é decepcionante pra quem leu o livro e sempre esperou a adaptação para a telona. Vamos ver como será A Viagem do Peregrino da Alvorada, que é um livro muito bonito, imaginativo, sem batalhas e que traz apenas Lucy e Edmond, dos quatro irmãos.



Não vi:
Speed Racer
Wall-E
Kung Fu Panda
Arquivo X: Quero Acreditar
A Múmia 3

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